quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O sonho que Sônia me mandou sonhar....

Brasileira
A descoberta dos contrários que não são errados

Frequentemente tenho sonhado com uma capela, a luz clara e o eco "acalmador" do silêncio. Todos os bancos afileirados cor de madeira, simetricamente alinhados. Olhando para cima vejo anjos, três anjos suspensos por fios delicados, eles são tão pesados, feitos de concreto cor de cimento. Suas faces são de uma sensibilidade doce, mas a dimensão de seus corpos causam um contrário assustador.
E como em um espelho me vejo ao fundo, sendo que vista de todos os ângulos, entradas, saídas... Estou olhando algo que não consigo enxergar, para enxerga-lo teria que olhar para dentro da pupilas de olhos. 
Não posso!
Conforme vai ficando branca, a claridade excessiva, vai aumentando o barulho do silêncio, ao ponto de não mais sê-lo. E a imagem que ainda não pude toma conta da minha percepção, como em um lente de "óculos fundo de garrafa". 
Então a vejo, lá está ela, uma santa que não sei o nome que deram, mas um santa brasileira.Sua imagem já não é como me lembrava, nem como costumava ver nas fotos. Ela está toda ao contrário, com uma coroa de espinhos na cabeça e suas mãos em formato de reza estão para baixo, seu rosto num espanto assustador, entretanto as cores ao seu redor são tão fortes, vibrantes, que ofuscam o sangue que cai de seus olhos de Monalisa.


(Um sonho encomendado, fictício, para uma aula de estudo do Espaços Cênicos a pedido de Sônia Rangel.)




Nenhum comentário:

Postar um comentário